O Vaticano assinalou que entende o termo "gênero" ou "estereótipo de gênero" como se referindo "às diferenças sexuais baseadas na identidade masculina e feminina".

Assim indicou a Santa Sé em um comunicado publicado em 2 de dezembro sobre a reunião dos ministros da Educação dos Estados da Convenção Cultural do Conselho da Europa, realizada em Paris (França), em 26 de novembro.

O texto assinala que nesse dia os ministros “adotaram uma declaração na qual se comprometeram a que as escolas garantam, desde a infância, a aquisição das habilidades digitais necessárias para viver numa sociedade democrática, em particular as que fomentam a formação de um espírito crítico, a participação cidadã e a responsabilidade ecológica”.

“Ao aderir ao texto adotado pela Conferência, a Delegação da Santa Sé emitiu uma declaração interpretativa, lembrando mais uma vez que entende os termos 'gênero' ou 'estereótipos de gênero' como se referindo a diferenças sexuais baseadas na identidade masculina e feminina”, destacou o comunicado.

A ideologia de gênero ou a abordagem de gênero é uma tendência que considera que o sexo não é uma realidade biológica, mas uma construção sociocultural. Vários governos estão atualmente tentando impô-la através da educação das crianças e jovens.

O comunicado também destacou que “a revolução digital coloca novos desafios à escola do século XXI: por um lado, oferece ferramentas novas e poderosas; por outro, exige com urgência cada vez maior a identificação de critérios éticos partilhados para formar crianças e jovens na utilização da grande quantidade de dados disponíveis, aproveitando seu potencial e conhecendo, ao mesmo tempo, os riscos de manipulação associados ao tratamento massivo de dados, assim como os perigos decorrentes da intrusão na esfera privada e do cyberbullying”.

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A Santa Sé, que faz parte da Convenção Cultural desde 1962, foi representada na Conferência pelo Núncio Paolo Rudelli e por Dom Yovko Pishtiyski, conselheiro da nunciatura.

Em seu discurso, Dom Rudelli recordou o apelo do Papa Francisco em favor de uma reconstrução do pacto educacional, “baseada na interação de todos os envolvidos na educação, principalmente as crianças e os pais, na abertura a todas as dimensões da pessoa humana, incluindo a espiritual, e a participação ativa no bem comum, que leva os jovens a cuidarem de sua comunidade, de seu país e da casa comum que é o planeta Terra”.

Os ministros da Educação também discutiram a proposta francesa de criar um observatório para o ensino da história no Conselho da Europa.

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